meu couro é negro
pele e pelos
curtidos
no sal e sol do atlântico
marcados no açoite
calejados no peso do trabalho.
Sei que
minha carne é branca
adaptável
se ajusta a toda latitude
qualquer lonjura
leva anticorpos
coletados por todo lado
memória do muito andado
de tomar mandar predar
num mundo navegado.
Já, os ossos
são da terra
brasis
pau-ferro duro de roer
nativo índio
impossível dobrar
duro de queixo
herança de minha
avó
(bisavó tetravô quem sabe?)
do mato
pega a laço
coitada prenha
viveu pra
cuidar a cria.
Hoje sei.
Hoje.
Fernando Abritta (Juiz de Fora)
3 comentários:
Belo poema. Que o lançamento de umÁrvore seja um sucesso, Fernando.
Idalina.
www.idalinadecarvalho.blogspot.com
Memórias. Maravilhosamente poetizadas. Surpreendente, não.
Encantamento esperado.
ohh....muito bem!! alem de pelegrino vc è um poeta. gostei da sua poesia.
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