Um encontro com o desespero
Quando à noite no ancoradouro escuro
os olhos não pude mais suster
da escura terra as formas eu juro
a semelhança tinha de todo sofrer
Tal cena a minha própria vida
onde muitas tristezas me disseram como existem
parecida por destino a um monte morto
onde muitas desgraças vivem
Dei uma olhada e parei
Ao ver no alto, a respiração aflita
as nuvens acendiam a sua gloria
E então pensei:
Há por aqui uma paz bendita
Aí a mim reprovações eu dava;
quedei-me assim silenciosamente
Qual perversa e falsa divindade
Se revoltasse desconformemente
E no horizonte à contramão a roda
formou-se algo de aspecto estranho
E lá estava, horrível, sem socorro, percebi
não sei como a essa visão eu resisti
“Este é um lugar despovoado, morto onde mesmo à luz,
é pura escuridão: disse aquilo a mim
‘mas não olhando ao alto!” disse-lhe eu
pensando enfim.
“Sim, mas um pouco espere”! gritou “Ho – Ho...
Olhe ao alto agora e veja!”
Olhei. Ali também, só noite. O show celeste
foi-se enfim. Então riu-se ele de mim.
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