Os três ciprestes
Transparente e
frágil,
como o sono de
lenhadores,
serena, prenunciando
as coisas que virão,
a garoa da manhã não
esconde
estes três ciprestes
na encosta.
Seus detalhes
desmentem sua mesmice,
seu brilho confirma.
Eu disse:
Eu não ousaria ficar
olhando para eles,
há uma beleza que
tira a ousadia,
há momentos em que a
coragem desaparece.
As nuvens rolando no alto
alteram a forma dos
ciprestes.
As aves que voam para
outros céus
alteram a ressonância
dos ciprestes.
A linha de azulejos
por trás deles
corrige o verde dos
ciprestes
e há árvores cujo
fruto é só verdura.
Ontem, na minha
alegria súbita,
Eu vi sua
imortalidade.
Hoje, na minha
tristeza repentina,
Eu vi o machado.
Versão de Antônio Perin
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