10 de junho de 2012

Um poema de Tiziana Cera Rosco

Do livro La vita felice - 2008

Il Compito

Bevo nell'osso della sedia senza tavolo
una tisana perfetta.
Tra poco anche questa sedia
verrà battuta.
Forse bisognava restare così
senza avere più nulla su cui poggiare i gomiti
per reimparare una postura

Ho sempre avuto paura di uno strappo.
Mi trovo a meno di trent'anni
due figli e un matrimonio rotto.
Ed è la quarta casa che cambio in quattro anni.

Ma è silenzioso tenere tutti i pezzi in un intero.
Non emettere dolore.

Piove.

Senza più un suono su cui poggiare
una parola.

A Tarefa


Bebo no osso da cadeira sem mesa
uma infusão perfeita.
Daqui a pouco até esta cadeira
será derrotada.
Talvez seja preciso estar assim
sem lugar algum para apoiar os cotovelos
para reaprender uma nova postura

Sempre tive medo de uma distensão.
Me vejo com menos de trinta
dois filhos e um casamento quebrado.
É a quarta casa que habito em quatro anos.

Mas é silencioso mante todos os pedaços num inteiro.
Não emitir a dor.

Chove.

Sem mais sobre o qual apoiar
uma palavra.


Tradução: Francesca Cricelli

  



 



3 de junho de 2012

Manhãs adiadas - Novo livro de Eltânia André

Em Manhãs adiadas, Eltânia André, autora mineira radicada em São Paulo, reúne 14 contos cuja temática aborda os dramas, conflitos e perplexidades do homem contemporâneo numa sociedade da tecnologia e do consumo, que vive um rápido escalonamento de valores e demandas.
As histórias falam de gente comum, de homens e mulheres apartados em seus ambientes domésticos ou laborais, cujas vidas, muitas vezes estão no limite entre o sonho e a frustração, presos nos seus labirintos de perplexidades e frustrações.
Ambientados em diversos cenários urbanos, seja na metrópole ou no interior, os contos falam de solidão, de deslocamento, de isolamento social e afetivo, fenômenos tão comuns ao ser nesses tempos regidos pelo pragmatismo e pela velocidade, pela insegurança e pela falta de perspectivas, pela miséria material e moral, excludentes e individualizantes.
Como assinala o escritor Menalton Braff, os contos de Manhãs adiadas captam com extrema sensibilidade tanto conflitos interiores, de cunho mais metafísico, como a trepidação dos seres humanos convivendo espremidos em uma grande cidade.
Nascida em Cataguases (MG), formada em administração e psicologia, é autora de Meu nome agora é Jaque (Contos, Ed. Rona, BH, 2007).

Dobra Editorial
Rua Domingos e Morais, 1039 Conj. 2
Vila Mariana – CEP 04009-002 - São Paulo - SP

Um poema de Paul Celan


Uma folha desarvorada


para Bertolt Brecht:



Que tempos são estes,
em que uma conversa
é quase um crime,
por incluir o já explícito?


Tradução de Claudia Cavalcanti