26 de dezembro de 2012

Marcê Porena - Pouco tempo




Composição de Max Robert e Marcê Porena, primeira música gravada do projeto Entre a mata, o mar e o amor.
Marcê Porena (voz)
Max Robert (arranjo, violão)
Silvia Braga (harpa)
Luciano Corrêa (cello)

16 de dezembro de 2012

Biblioteca Digital



Dos 20 livros mais acessados em novembro na Nuvem de Livros, biblioteca digital da Vivo, 8 são infanto juvenis e 3 são da Callis - A infância de Tarsila do Amaral é um deles. 

O que é a Nuvem de livros?


Com mais de seis mil itens, a biblioteca digital Nuvem de Livros disponibiliza conteúdo on-line adequado a diferentes plataformas de acesso, como o PC, o tablet e o smartphone.  A rede, uma iniciativa da Vivo para seus clientes, reúne obras literárias brasileiras e internacionais, além de livros didáticos, enciclopédias, audiobooks, videoaulas e até visitas guiadas – que funcionam como introduções – ao acervo digital de diversos museus e coleções de arte, história, biologia, cinema e antropologia. Nos meses de agosto e setembro a Nuvem de Livros será gratuita. Após este período, o valor de acesso cobrado para clientes Vivo é de R$ 1,99 por semana.   A plataforma conta ainda com um espaço específico para docentes denominado “Sala do Professor”.Para ler a matéria na íntegra, clique aqui 


2 de dezembro de 2012

A morte de Décio Pignatari

Morreu hoje dia 02.12.2012 Décio Pignatari  
Poeta, ensaísta, tradutor, contista, romancista, dramaturgo e professor. Filho de imigrantes italianos.  
Publica seus primeiros poemas na Revista Brasileira de Poesia, em 1949. No ano seguinte, estréia com o livro de poemas, Carrossel, e, em 1952, funda o grupo e edita a revista-livro Noigandres, com os amigos, os poetas irmãos Haroldo de Campos (1929 - 2003) e Augusto de Campos (1931). 
Com o grupo Noigandres, em 1956, lança oficialmente o movimento de poesia concreta, durante a Exposição Nacional de Arte Concreta no Museu de Arte Moderna de São Paulo - MAM/SP, que é consecutivamente realizada no saguão do Ministério da Educação e Cultura - MEC, no Rio de Janeiro. O grupo publica, em 1956, o Plano-piloto para Poesia Concreta, traduzido em diversas línguas. Em 1965, ainda com Haroldo e Augusto de Campos, lança o livro Teoria da Poesia Concreta. Além da produção crítica e literária, faz pesquisas na área de semiótica - em 1969, ajuda a fundar L'Association Internationale de Sémiotique - AIS, na França, e participa, em 1975, do lançamento da Associação Brasileira de Semiótica - ABS.

Vejam um documentário dirigido por ele


11 de novembro de 2012

Chicos 36



Esta é edição de 1o de novembro de 2012

Neste número apresentamos:
 a poesia de Carla Bertola, Dante Milano,  Zeca Junqueira, Eduardo Dalter, Antônio Perin e Leonardo Campos.
a prosa de Emerson Teixeira Cardoso, Ronaldo Brito Roque, José Antonio Pereira, Antônio Jaime, Cunha de Leiradella e Marcelo Benini.
Rubens Shirassu Jr fala de Moenda de silêncios 
Ronaldo Cagiano de O homem interdito
Homenageamos o centenário de Nelson Rodrigues publicando sua famosa crônica: Complexo de Vira-latas
Ronaldo Werneck apresenta a poesia da ótima poeta Celina Ferreira
Encerramos o número com a grande entrevista de Gary Snyder ao escritor Rodrigo Garcia Lopes.     

30 de setembro de 2012

19 de setembro de 2012

Why Beauty Matters


Um poema de Antônio Perin


Túmulo do meu avô


Volto ao túmulo do meu avô
molhado pela garoa
o ar de melancolia e saudade
vai dominando a paisagem e
impregnando minha alma.

O silêncio do cemitério
é repressivamente úmido        
um silêncio molhado.
Molhado pelas lágrimas
lágrimas de minha avó
que aqui veio chorar meu avô
lágrimas de minha mãe
que aqui veio chorar seu pai
sua mãe e seu marido.

Meu pai e meu avô
dois antônios
Minha mãe e minha avó
duas marias
todos molhados pelas flores
regadas pelos coveiros.

Pairam ali memórias
que o medo não deixa
olhar nem relembrar
Teimosas, todas elas
estão olhando para mim.

Eu na minha surdez material
nada consigo ouvir
Sinto toda minha história
lentamente se apagando.
 

20 de agosto de 2012

31 de julho de 2012

Chicos - e-zine literária de Cataguases


Esta é edição de 31 de julho de 2012


Neste número apresentamos:
 a poesia de Fernando Aguiar, Alberto Bresciani, Zeca Junqueira, Martín Araujo, Antõnio Perin e Jackie Kay.
a prosa de Emerson Teixeira Cardoso, Ronaldo Brito Roque, Eltânia André, José Antonio Pereira, Antônio Jaime, Leonardo Campos e Ronaldo Cagiano.
e um artigo sobre o  Museu Mayakovsky      


19 de julho de 2012

Um poema de Maiakovski



"...No verão da comuna
os anos se aquecerão
e a felicidade com o doce
de frutas enormes
amadurecerá
nas flores
vermelhas de Outubro..."

tradução de Zoia Prestes

Hoje, 19 de julho, faz 119 anos que nasceu o grande poeta russo.

Vladimir Maiakovski é considerado um dos maiores poetas da língua russa e um dos fundadores da poesia moderna.   Foi também dramaturgo, ator, artista plástico e um dos expoentes da vanguarda estética russa

18 de julho de 2012

Um poema do palestino Mourid Barghouti


Os três ciprestes

 Transparente e frágil,
 como o sono de lenhadores,
 serena, prenunciando as coisas que virão,
 a garoa da manhã não esconde
 estes três ciprestes na encosta.
 Seus detalhes desmentem sua mesmice,
 seu brilho confirma.
 Eu disse:
 Eu não ousaria ficar olhando para eles,
 há uma beleza que tira a ousadia,
 há momentos em que a coragem desaparece.
 As nuvens rolando no alto
 alteram a forma dos ciprestes.
 As aves que voam para outros céus
 alteram a ressonância dos ciprestes.
 A linha de azulejos por trás deles
 corrige o verde dos ciprestes
 e há árvores cujo fruto é só verdura.
 Ontem, na minha alegria súbita,
 Eu vi sua imortalidade.
 Hoje, na minha tristeza repentina,
 Eu vi o machado. 

Versão  de Antônio Perin

1 de julho de 2012

Paris - Leopoldina

Contado por Rosário Fusco, via Ronaldo Werneck:


               "Deu-se que um cidadão de Leopoldina escreveu um romance de aventuras, com vários quiproquós, todo passado em Paris.   O herói descia a toda Tour Eiffel abaixo, se escondia no Bois de Boulogne, assistia a espetáculos no L'Ópera, no Châtelet, nadava no Sena, tinha uma amante na Rue du Bac, um caso com uma corista do Lido & por aí vai, ou ia,o romance Paris afora, até o final. Na última página, em letras garrafais, vinha a errata: Onde se lê Paris, leia-se Leopoldina".

10 de junho de 2012

Um poema de Tiziana Cera Rosco

Do livro La vita felice - 2008

Il Compito

Bevo nell'osso della sedia senza tavolo
una tisana perfetta.
Tra poco anche questa sedia
verrà battuta.
Forse bisognava restare così
senza avere più nulla su cui poggiare i gomiti
per reimparare una postura

Ho sempre avuto paura di uno strappo.
Mi trovo a meno di trent'anni
due figli e un matrimonio rotto.
Ed è la quarta casa che cambio in quattro anni.

Ma è silenzioso tenere tutti i pezzi in un intero.
Non emettere dolore.

Piove.

Senza più un suono su cui poggiare
una parola.

A Tarefa


Bebo no osso da cadeira sem mesa
uma infusão perfeita.
Daqui a pouco até esta cadeira
será derrotada.
Talvez seja preciso estar assim
sem lugar algum para apoiar os cotovelos
para reaprender uma nova postura

Sempre tive medo de uma distensão.
Me vejo com menos de trinta
dois filhos e um casamento quebrado.
É a quarta casa que habito em quatro anos.

Mas é silencioso mante todos os pedaços num inteiro.
Não emitir a dor.

Chove.

Sem mais sobre o qual apoiar
uma palavra.


Tradução: Francesca Cricelli

  



 



3 de junho de 2012

Manhãs adiadas - Novo livro de Eltânia André

Em Manhãs adiadas, Eltânia André, autora mineira radicada em São Paulo, reúne 14 contos cuja temática aborda os dramas, conflitos e perplexidades do homem contemporâneo numa sociedade da tecnologia e do consumo, que vive um rápido escalonamento de valores e demandas.
As histórias falam de gente comum, de homens e mulheres apartados em seus ambientes domésticos ou laborais, cujas vidas, muitas vezes estão no limite entre o sonho e a frustração, presos nos seus labirintos de perplexidades e frustrações.
Ambientados em diversos cenários urbanos, seja na metrópole ou no interior, os contos falam de solidão, de deslocamento, de isolamento social e afetivo, fenômenos tão comuns ao ser nesses tempos regidos pelo pragmatismo e pela velocidade, pela insegurança e pela falta de perspectivas, pela miséria material e moral, excludentes e individualizantes.
Como assinala o escritor Menalton Braff, os contos de Manhãs adiadas captam com extrema sensibilidade tanto conflitos interiores, de cunho mais metafísico, como a trepidação dos seres humanos convivendo espremidos em uma grande cidade.
Nascida em Cataguases (MG), formada em administração e psicologia, é autora de Meu nome agora é Jaque (Contos, Ed. Rona, BH, 2007).

Dobra Editorial
Rua Domingos e Morais, 1039 Conj. 2
Vila Mariana – CEP 04009-002 - São Paulo - SP

Um poema de Paul Celan


Uma folha desarvorada


para Bertolt Brecht:



Que tempos são estes,
em que uma conversa
é quase um crime,
por incluir o já explícito?


Tradução de Claudia Cavalcanti

24 de abril de 2012

Chicos 34



Click aqui e leiam nossa ezine

Nesta edição:
Emerson Teixeira Cardoso, Flausina Márcia da Silva, Carlos Figueiredo, Jorge Figueroa, Antônio Perin, José Vecchi de Carvalho, José Antonio Pereira, Adelton Gonçalves, Alberto Bresciani, Joaquim Branco, Manoel Hygino dos Santos e Ronaldo Cagiano. 


15 de abril de 2012

Convite de Altamir Soares

Poema de Antônio Perin

A Casa morta II


Ao José Vecchi

Lá na casa dos Carneiros
Sete candeeiros são acesos...
Elomar




Zé!  A casa da rua Alferes caiu!
O cheiro da nossa infância foi-se.
A açucena-branca no aço do portão
lacrimejou no fio da  foice do peão.


Tratores avançaram sem alvará
o último átimo do Pequeno al-fãriz
brandindo  o aço de sua cimitarra
forjada do mais diáfano verbo
foi chorar um acorde da guitarra.


Zé! O cheiro da manga
agora só na gôndola
O roxo da jabuticaba
só na marca dos imorais.


Tudo a baixo. Tudo... Tudo...
nem soleira alta  nem sótão
nem cumeeira  nem porão
nem assoalho de tábua corrida
nem virgens nuas por entre frestas.


 Doravante Zé
Fruta roubada no pomar.
Nem pensar. Nunca mais.

Al-fãriz  árabe : cavaleiro, escudeiro


12 de abril de 2012

Poema de Günther Grass


O que deve ser dito


 
Porque não digo      
porque calei durante tanto tempo
o que no entanto é evidente
e foi objeto de tantas simulações
em que nós, os sobreviventes,
ficamos melhor em nota de rodapé

Evoca-se o direito a um ataque preventivo,
a erradicação do povo iraniano submisso
obrigado a um regozijo sem alegria por um fala-barato,
com o pretexto de que este potentado estaria a construir uma bomba atómica.

Mas então, porque me proíbo
de nomear este outro país
que possui há anos
- é certo no maior dos segredos -
de um potencial nuclear crescente
e escapando a qualquer controlo
posto que nenhuma inspeção é permitida ?

O silêncio geral à volta deste facto conhecido
este silêncio ao qual também eu subscrevi
sinto-o como uma pesada mentira
uma regra de ouro que não pode ser quebrada
sem sofrer o risco de uma penosa e infame condenação:
a acusação de anti-semitismo tão frequente.

Mas hoje, enquanto o meu país
culpado de crimes incomparáveis
pelos quais deve prestar contas ainda e ainda
portanto, o meu país, num gesto puramente comercial
- alguns falarão precipitadamente de reparação -
vai entregar um novo submarino a Israel,
um engenho cuja especialidade é de disparar
ogivas capazes de destruir tudo o que é vivo
num sítio onde nem se provou
a existência de uma única bomba nuclear
num sítio onde a suspeita serve de prova,
digo o que deve ser dito.

Porque me calei tanto tempo?
Porque acreditava que as minhas origens
manchadas por crimes jamais perdoáveis
me proibiam de exprimir esta verdade
de ousar censurar Israel deste fato,
país de que sou e quero continuar a ser amigo.

Porque só agora, velho,
num último sopro da minha caneta, digo
que a potência nuclear de Israel
ameaça a já frágil paz mundial ?
Porque agora há que dizer
o que poderá ser demasiado tarde amanhã
e porque nós, os Alemães, com o peso do nosso passado,
podemos nos tornar os cúmplices de um crime
previsível e portanto impossível
de justificar com as desculpas habituais.

Porque não digo
porque calei durante tanto tempo
o que no entanto é evidente
e foi objeto de tantas simulações
em que nós, os sobreviventes,
ficamos melhor em nota de rodapé

Evoca-se o direito a um ataque preventivo,
a erradicação do povo iraniano submisso
obrigado a um regozijo sem alegria por um fala-barato,
com o pretexto de que este potentado estaria a construir uma bomba atómica

Mas então, porque me proíbo
de nomear este outro país
que possui há anos
- é certo no maior dos segredos -
de um potencial nuclear crescente
e escapando a qualquer controlo
posto que nenhuma inspeção é permitida?

O silêncio geral à volta deste fato conhecido
este silêncio ao qual também eu subscrevi
sinto-o como uma pesada mentira
uma regra de ouro que não pode ser quebrada
sem sofrer o risco de uma penosa e infame condenação:
a acusação de anti-semitismo tão frequente.

Mas hoje, enquanto o meu país,
culpado de crimes incomparáveis,
pelos quais deve prestar contas ainda e ainda,
portanto, o meu país, num gesto puramente comercial,
- alguns falarão precipitadamente de reparação -
vai entregar um novo submarino a Israel,
um engenho cuja especialidade é de disparar
ogivas capazes de destruir tudo o que é vivo,
num sítio onde nem se provou
a existência de uma única bomba nuclear,
mas num sítio onde a suspeita serve de prova,
digo o que deve ser dito.

Porque me calei tanto tempo ?
Porque acreditava que as minhas origens
manchadas por crimes jamais perdoáveis
me proibiam de exprimir esta verdade,
de ousar censurar Israel deste fato,
país de que sou e quero continuar a ser amigo.

Porque só agora, velho,
num último sopro da minha caneta, digo
que a potência nuclear de Israel
ameaça a já frágil paz mundial?
Porque agora há que dizer
o que poderá ser demasiado tarde amanhã
e porque nós, os Alemães, com o peso do nosso passado,
podemos nos tornar os cúmplices de um crime
previsível e portanto impossível
de justificar com as desculpas habituais.

Também devo admitir que, agora, jamais calarei,
porque estou farto da hipocrisia do Ocidente
e espero que serão muitos os que estão
prontos a libertar-se das amarras do silêncio
para apelar ao autor de uma evidente ameaça
a renunciar à violência e exigir
um controle permanente e sem entraves
do potencial atómico israelita
e das instalações nucleares iranianas
por uma instância internacional
aceita pelos dois governos.

Só assim poderemos ajudar
os Israelitas e os Palestinos
e melhor, todos os povos,
irmãos inimigos vivendo lado a lado
nesta região ameaçada pela folia mortífera
e afinal de contas a nós próprios.

Também devo admitir que, agora, jamais calarei,
porque estou farto da hipocrisia do Ocidente
e espero que serão muitos os que estão
prontos a libertar-se das amarras do silêncio,
para apelar ao autor de uma evidente ameaça
a renunciar à violência e exigir
um controle permanente e sem entraves
do potencial atómico israelita
e das instalações nucleares iranianas
por uma instância internacional
aceita pelos dois governos.

Só assim poderemos ajudar
os Israelitas e os Palestinos
e melhor, todos os povos
irmãos inimigos vivendo lado a lado
nesta região ameaçada pela folia mortífera
e afinal de contas a nós próprios.

Tradução: Ana da Palma - da francesa de Michel Klepp  

Illustratus: Juan Gatti

Illustratus: Juan Gatti: O argentino Juan Gatti faz belíssimas ilustrações que misturam anatomia humana, plantas e animais exóticos.  Além de ser fotógrafo e de...

10 de abril de 2012

Um poema de Paul Celan

Inverno

Cai agora, mãe, neve na Ucrânia:
Da coroa do Salvador feita com milhares de grãos de tormento.
De minhas lágrimas aqui, nenhuma chega até ti.
De antigos acenos somente uma orgulhosa mudez...
Nós já estamos morrendo: o que você não dorme, barraca?

Também este vento gira como um afugentador...
São eles, que sentem frio na escória, de fato -
as b a n d e i r a s-corações e os braços-l u z e s?

Eu permaneci o mesmo nas trevas:
salva-se a tília e se desnuda a severidade?
Das minhas estrelas que tanto doem quanto rasgam
as cordas de uma muito alta harpa...

Nisso urge às vezes uma hora de rosas.
Extinta... Uma. Sempre uma...
O que seria, mãe: crescimento ou ferida -
submergirei também eu nas dores da neve da Ucrânia?

2 de abril de 2012

Sapeca 1


Sapeca
Misto de sapo e perereca
21/03/2012 – Editor: Tonico Soares

____ ____
                                        

 Clique em Sapeca-01 e leia






30 de março de 2012

Um poema de Thomas Hardy


Um encontro com o desespero


              Quando à noite no ancoradouro escuro
                         os olhos não pude mais suster
                         da escura terra as formas eu juro
                         a semelhança tinha de todo sofrer

                         Tal cena a minha própria vida
                         onde muitas tristezas me disseram como existem
                         parecida por destino a um monte morto
                         onde muitas desgraças vivem

                         Dei uma olhada e parei
                         Ao ver no alto, a respiração aflita
                         as nuvens acendiam a sua gloria
                         E então pensei:
                         Há por aqui uma paz bendita
                         Aí a mim reprovações eu dava;
                         quedei-me assim silenciosamente
                         Qual perversa e falsa divindade
                         Se revoltasse desconformemente

E no horizonte à contramão a roda
formou-se algo de aspecto estranho
E lá estava, horrível, sem socorro, percebi
não sei como a essa visão eu resisti
“Este é um lugar despovoado, morto onde mesmo à luz,
é pura escuridão: disse aquilo a mim
‘mas não olhando ao alto!” disse-lhe eu
pensando enfim.

“Sim, mas um pouco espere”! gritou “Ho – Ho...
Olhe ao alto agora e veja!”
Olhei. Ali também, só noite. O show celeste
foi-se enfim.   Então riu-se ele de mim.

Tradução Emerson Teixeira Cardoso