4 de maio de 2014

Quem se lembra de Paulo Martins?


Emerson Teixeira Cardoso


                Por que ninguém se lembrou ainda de merecidamente homenageá-lo dando seu nome a um dos muitos centros culturais que Cataguases se orgulha de ter e que teimam em aparecer ad infinitum para a “glória de sua história que relembramos agora?”.
Muitos foram os grupos ou agremiações literárias que, aqui surgiram nas últimas décadas.    Todos significativos ou no mínimo capazes de inspirar nas gerações mais novas o desejo de realizações criadoras, do fazer artístico.
Ninguém representou melhor este espírito empreendedor, essa disposição e vigor do que Paulo Martins.
Cineclubista em seus belos dias, depois de incursionar pelo Teatro do Absurdo, a poesia Marginal (Claudio Willer lançou juntamente com Sérgio Lima e Décio Bar suas primeiras obras poéticas a convite dele), iniciando por aqui as atividades do CAC – Centro de Arte de Cataguases. O CAC, consequência do Cine Clube Serguei Eisenstein pretendia aglutinar as artes plásticas, literatura, teatro, cinema, escultura numa postura singular e crítica que não suportava ideias conservadoras. O jornal “Evolução” vinculava seus textos escatológicos para o escândalo de um público para o qual a recém chegada televisão constituía a maior novidade.
Do intercâmbio com outros grupos foram dar em Nova Friburgo para uma encenação de Eugene Ionesco, “O mestre” iniciando uma fase mais teatral cuja denominação já dizia tudo no que se referia as suas ideias futuras: “Tablado Atômico”.
Em tudo e de tudo era Paulo um líder, um agente ou reagente das estruturas edificadoras dos edifícios das artes, que a seu ver pediam ações modificadoras, rápidas, extremas, profícuas.
Numa sala do prédio onde ficava as instalações da antiga Radio Cataguases realizou-se uma exposição de um artista holandês, Isaac Monteiro, os visitantes pouco afeitos a seu estilo novo e transgressor deixaram o local assustados, vivamente impressionados com aqueles trabalhos de uma renovação exacerbada.
Com Paulo Martins era assim: Não compreendia a arte que não fosse com o objetivo de transformar o indivíduo e seu meio que dormitavam numa realidade cultural estagnada, estática, passiva.
O Centro de Arte de Cataguases, buscava intensamente uma arte baseada na experimentação.  Do seu convívio no Rio de Janeiro com gente de cinema adquiriu a experiência necessária para a realização de seu filme. Uma produção toda dele que até mesmo no nome traduzia na medida certa seus conceitos artísticos: “O Anunciador O homem das Tormentas.”
Nesse filme figuravam além de Carlos Moura no papel título: Silvério Torres, Agenor Sereno, Haroldo Cardoso, Mário Cesar, Waldelar Moreira, Zélia Sereno entre outros.
Cataguases vivia pela primeira vez, depois da criação da Phebo Filmes, em clima de cinema.
Eu que sempre fui um entusiasta desta produção, tenho-a visto sempre com interesse, ciente de sua importância, seja pela originalidade do roteiro, pela técnica inovadora, pela narrativa estranha, pela sua trilha sonora.
Por isso não compreendo o descaso, (real ou aparente) para com esta obra e me pergunto sempre:   Quanto vale o trabalho que nos legou Paulo Martins?  Como a cidade se lembra dele?
Paulo Bastos Martins continua a fazer cinema. Vive atualmente em Campinas, São Paulo, dando aulas de cinema na Unicamp – Poucas vezes voltou a Cataguases, (da última vez, à uns vinte anos para a exibição de seu filme na FIC (Antiga FAFIC).
Ninguém se arvorou ainda de lembrá-lo com uma exposição iconográfica, uma homenagem da Câmara de vereadores, uma menção honrosa.
Para disfarçar essa grande injustiça bem que poderia aparecer por aqui um Cine Clube Paulo Martins.

Vamos pensar nisso?

18 de abril de 2014

Ouça Gabriel García Márquez

Neste áudio, o genial escritor colombiano, que faleceu na noite de quinta-feira, lê passagens da obra.
Aqui, encontramos a família Buendía - Úrsula, Aureliano Segundo e José Arcadio Segundo - após a chuva que caiu em Macondo "durante quatro anos, onze meses e dois dias".

Escute o trecho na voz do escritor.

Cortesia: Universidade Nacional Autônoma do México e sua série "Voz Viva da América Latina".

1 de dezembro de 2013

Sapeca



Sapeca
 Misto de sapo e perereca
                                               Nº 4 – Nov/2013 – Editor: Tonico Soares                               

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10 de novembro de 2013

Chicos 39

Esta é a edição número 39 de 31 de outubro de 2013.
Vejam: O discurso de Luiz Ruffato em Frankfurt. Pela coerência do Ruffato com sua obra literária e história pessoal vai aqui o nosso aplauso e nosso apoio. 
A poesia de Alda Merini, a quem Pasolini chamava carinhosamente de "a garota milanesa". 
Someck e Al-Maaly estiveram em São Paulo em novembro de 2012 para um debate, na USP, sobre poesia oriental. 
Alberto Acosta traduz para o português a poeta de Catamarca Maria del Rosario Andrada e para o espanhol Ascânio Lopes.
Ronaldo Werneck conta aqui, em crônica publicada no Há Controvérsias I, a verdade sobre a partida de futebol em que atuou como goleiro contra o time do Chico Buarque, bem diferente da “versão” do Henrique Frade que aparece em Fantasias de Meia Pataca do José Antonio Pereira. 
Num texto, publicado na Folha de SP a algum tempo, Oscar Niemayer fala da integração das artes plásticas com a arquitetura, onde ele nos diz como tal aconteceu no Colégio Cataguases. 
Antônio Jaime tece umas considerações e nos apresenta um ótimo trecho de José Veríssimo em a História da Literatura Brasileira.
Leo Barbosa, poeta de João Pessoa PB resenha O sol nas feridas de Ronaldo Cagiano. 
Vanderlei Pequeno fala da incrível exposição do artista plástico Luiz Lopez lá no Colégio Cataguases. 
Slotti em sua crônica nos lembra do Tão – o assobiador da Praça Rui Barbosa. Quem quiser ouvi-lo novamente, vai ter que assistir ao filme do Ronaldo Werneck. 
E muito mais vocês encontrarão por aqui. Divirtam-se! 
Os Chicos

Altamir Soares convida