19 de maio de 2013

Um poema de Coral Bracha


Entre estas ruínas


Este hotel é uma antiga escola,
sente-se que apesar do tempo.
Apesar das paredes derrubadas,
os espaços destruídos. Os que vivem aqui
parecem de passagem. Umas horas
do dia. Alguns meses.
Sem dúvida
têm seus próprios quartos,
mas dão a impressão de constante movimento.
Eu procuro entre estas ruínas meu quarto.
Não saberia desde quando, mas agora
eu vim para o que deve ter sido um jardim
ou um quintal.
Daqui todos os espaços são invertidos.
Talvez reconheça a fisionomia do meu quarto
por seu revés. Ou talvez reconheça a partir de
algum som.


Versão  Antônio Perin

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