20 de outubro de 2013

Um poema de María del Rosario Andrada




creio
no amor
que tingiu de vermelho a estalactite
no sacerdote que vestiu
de angústia a tarde
na oferta dos corpos
na aranha que cruzou o desfiladeiro
na seca que aniquila
no chocalho dos fantasmas
nas ruínas de falso brilho e devaneios da alvorada
nos visionários da comarca que
morreram
de cócoras
agora
uma manada de vicunhas se prende
a uma saliência
e o ar santifica as alturas
e somos olhos
aroma de pele alheia
sumo de verão
algo mais que apagado
alumbramento

María del Rosario Andrada
Poeta e ficcionista, nasceu 
em Catamarca, Argentina, onde reside.


Tradução de Ronaldo Cagiano 

Nenhum comentário: