21 de dezembro de 2007

Exílios - Ronaldo Cagiano

A cidade se des(d)enha em seus próprios labirintos:
pelas serpentes de pedra e asfalto
corre pressuroso um rio de animais metálicos.

Não há mais lugar pra os homens.
Anônimos, como areia na ampulheta,
vamos caindo atarefados em busca
da outra margem: a utopia.

A metrópole, como ventre,
espera o desconhecido, e na solidão geométrica
nascem catedrais de ausências.

Se Paris está lendo Paulo Coelho,
eis minha vingança:
Vou ler Proust em Cataguases


Ronaldo Cagiano

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