8 de setembro de 2008

Um poema de Antônio Perin


A casa de meus avós



Na velha estrada do horto
bem no alto do Belém
Minha mãe mostra
a casa em que nascera.

Só vejo o capim angola,
o amarelo da estrada
serpenteando
pelas beiradas da morraria


Ela num olhar turvo
olheiras elípticas de saudades
fala de uma casa, paiol e bica
como se lá ainda estivessem.

Só imagino um esqueleto de paus
a ausência de telhas de coxa
folhas arrastadas pelo vento
num terreiro de secar feijão

Onde um dia foi casa,
uma vaca mastiga capim
ruminando os segredos
dos meus avós.

Antônio Perin

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