8 de setembro de 2008

Um poema de Milton César Pontes


Do livro Grafoemas


e agora / sou engenheiro do sol / ouço o negror
em seixos / ásperas fendas / garganta crespa /
quilombo totêmico / redução pendente de tábuas /
papelão / plástico / robustecidas sobras deitadas /
escancaradas perífrases verbais / por onde escorre
o céu súbito de violência e resinosa luta / seca
pancada de quem escuta / pergunta / ferra / obriga a
perceber o divino / tertúlias sobre as lajes calcárias
dos rios que sinto / eu com essas tolices na cabeça


Milton César Pontes

Nenhum comentário: