4 de dezembro de 2009

Gênese


*Ronaldo Cagiano

Busco na palavra sua unção,
labirinto de paradoxos
em que mergulho
como escafandrista
num garimpo de (im)possibilidades.
Território de invenções,
ela me estende a ponte
entre o sagrado
e o profano
Em cada manhã
rompe com sua insistência de rio.
Meticuloso engenho do verbo
que se faz silêncio
ou boato
Rumino a sua nudez
ou desvelo as suas rugas.
Entre a fuga
e os deslizes
o poema vinga
rosa intimorata no asfalto
nutre-me do que é mingua
recicla-me do que é sangue.

*Ronaldo Cagiano (São Paulo SP)

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