20 de abril de 2009

Os últimos dias de março


*Eric Ponty

Dá-nos alento ao perceber
que em alguma parte do mundo
devem existir pessoas corretas
pela honra e civilidade abrolhada
um jovem ou rapaz que nunca leu
Rilke ou desconheça-se deste lirismo:

Que acredite liberdade ser possível,
liberdade não: por ser em muitos lugares,
não tenha única verdade, esta sua,
do princípio adquirido pelos humanos,

O rapaz está ali de pé entre as flores,
resmunga-nos em sua juventude,
pronuncia-se à vista deste mundo,
sonha em seu sonho um sonho frágil,
não o conflito da Palestina ou Botsuana,
ou qualquer outro denominado medo
onde este céu verteu-se em morte;
onde as flores inclinam-se ao direito
perfumes, texturas azuis, manhãs alvas:

Que acredite ser o dom natural seu,
de médico, poeta, artesão, ascensorista,
porque é dele este sonho icario;
não meu por não mais ter vago sonho,
pela honra e civilidade embotada
acredite existir pessoas virtuosas,
um jovem ou rapaz que nunca leu
Rilke ou desconheça-me no lirismo.
*Eric Ponty ( São João del Rey –MG)

Nenhum comentário: